terça-feira, maio 22, 2007

Combate em África contra as alterações climáticas é "insuficiente" 10.04.2007 - 17h36 AFP


Combate em África contra as alterações climáticas é "insuficiente" 10.04.2007 - 17h36 AFP

A ONU considera que os esforços de África, o continente mais vulnerável às alterações climáticas, para enfrentar as consequências do sobre-aquecimento global, é "insuficiente".
O relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) apresentado na sexta-feira, "é uma mensagem dramática sobre as consequências das alterações do clima no desenvolvimento económico deste continente", comentou Achim Steiner, director-geral do Programa da ONU para o Ambiente (Pnua), em conferência de imprensa em Nairobi.África "está na linha da frente para sentir a realidade das alterações climáticas. Não no futuro, mas agora", acrescentou."Os governos africanos não estão a fazer o suficiente", disse Anthony Nyong, um dos autores do relatório do IPCC."Os países afectados pelo mesmo clima devem investir [em conjunto] em sistemas meteorológicos e partilhar as informações" para reduzir as consequências catastróficas das inundações e da seca, estimou."Com uma melhor planificação e melhores previsões meteorológicas, há esperança", considerou Anthony Githeko, um dos co-autores do relatório.A segurança alimentar será "gravemente comprometida" e em alguns países africanos as colheitas poderão diminuir 50 por cento em 2020 e 90 por cento em 2100. A agricultura representa até 70 por cento do Produto Interno Bruto para alguns países africanos.

IN http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1290788&idCanal=101

quinta-feira, maio 10, 2007

Cabo Verde é o 11º país do mundo mais afectado pela fuga de cérebros


Cabo Verde é o 11º país do mundo mais afectado pela fuga de cérebros
Cabo Verde é o primeiro país africano e o 11º entre os 50 países do planeta mais afectados pelo êxodo dos quadros, segundo uma lista publicada na edição desta semana da revista continental J.A/L'intelligent.
Segundo J.A/L'intelligent, Cabo Verde ocupa a 11ª posição de uma lista que integra ainda Moçambique (26), Angola (32) e Portugal (41). Os dez primeiros países mais afectados pelo chamado "brain drain" são Estados das Caraíbas, sendo a Guiana o primeiro, seguindo-se-lhes outros três do Pacífico.
"Os países africanos mais afectados pela fuga de cérebros são aqueles cujo rendimento é fraco: Cabo Verde (67 por cento do pessoal qualificado emigrou), Gâmbia (63 por cento), Maurícias... Os menos afectados são Marrocos, Tunísia, Egipto, Burkina Faso", lê-se na revista.
A lista da revista sedeada em Paris e outrora chamada Jeune Afrique foi estabelecida com base na proporção dos trabalhadores emigrados e a percentagem da população activa do país de origem.
Um artigo publicado pelo jornal A Semana em finais de 2000 apontava a medicina como um dos sectores afectados pelo êxodo de quadros, exemplificando com um corpo médico cabo-verdiano importante em Portugal.
Num artigo intitulado "Quem tira proveito da hemorragia", a revista J.A/L'intelligent destaca o facto do Banco Mundial ter finalmente feito um estudo sobre "um fenómeno velho como a humanidade".
"Doravante, os políticos assim como os intelectuais vão poder basear-se em documentos de referência para abordar correctamente o tema", escreve a revista referindo-se aos dois estudos, um dos quais lançados quinta-feira e que inspiraram o articulista.
Citando o relatório do Banco Mundial, a revista escreve que entre 1960 e 1975, cerca de 1.800 africanos qualificados emigravam anualmente, tendo esse número triplicado no período 1975-1984 antes de ser multiplicado por dez no período 1985-1990 para hoje ultrapassar os 20.000.
A revista indica que essa fuga de cérebros nem sempre traz vantagens aos quadros que emigraram, precisando que "na maior parte dos casos, os imigrantes qualificados são mal pagos" ao contrário do que sucedia no país natal.
Segundo J.A./L'intelligent, 200 milhões de pessoas vivem hoje fora do país natal, contra 150 milhões em 1990 e 175 milhões em finais de 2000.
De igual modo, o jornal Financial Times debruça-se sobre o estudo sobre a emigração do Banco Mundial numa das suas edições, nomeadamente no que refere o impacto das remessas sobre a redução da pobreza nos países em desenvolvimento.
"Uma vez no país de acolhimento, os emigrantes enviam cerca de 20 por cento daquilo que ganham às famílias no país natal. Nalguns casos, essas remessas podem atingir ou ultrapassar 50 por cento do rendimento dessas famílias além de serem uma fonte importante de divisas para muitos países", escreve o jornal. É, por exemplo, o caso de Cabo Verde.
O Financial Times evoca ainda as vantagens da imigração para os países desenvolvidos, nomeadamente face ao envelhecimento actual da população dos países do norte, particularmente da Europa.

IN: http://www.kriolu.net/negocios/index.php?option=com_content&task=view&id=306&Itemid=128