Encontramo-nos hoje aqui reunidos na apresentação do 1º livro de
poesia da nossa amiga Glória Monteiro.
A Glória é uma jovem que
tenho o prazer de conhecer poeticamente através de um Grupo que criei na Net, há
uns anos e que tem por nome Horizontes da Poesia.Ela entrou para o Horizontes
em 23 de Novembro do ano passado, pelo que faz amanhã três meses que conheço a
sua forma de escrever poesia.
Ora, o que é a Poesia? Todos
sabemos, mas como defini-la?
Poesia, não tem definição. Ou talvez se possa dizer
que
e
esta definição é minha.
Mas
a melhor definição de poesia que vi até hoje, foi da minha amiga poetisa Landa
Machado, em 2007, que acho uma maravilha (ela não achava rsrsr) e que peço
licença para dizer aqui:
Poesia
Poesia não tem definição...
É tudo aquilo que nos toca a alma
Folha que o vento leva em turbilhão
As cores dum poente em tarde calma
É tudo aquilo que nos toca a alma
Folha que o vento leva em turbilhão
As cores dum poente em tarde calma
Um pássaro que esvoaça em pleno céu
Um barco que navega pelo rio
A brancura da neve como véu
Envolvendo em silêncio um dia frio
Poesia é um rosto puro de
criança
Um aceno de mão cheio de esperança
Um gesto que nos mostra amor... bondade...
Poesia, é a tela de um pintor
Um botão a abrir-se em plena flor
Ou lágrima num rosto sem idade
Landa Machado
Um aceno de mão cheio de esperança
Um gesto que nos mostra amor... bondade...
Poesia, é a tela de um pintor
Um botão a abrir-se em plena flor
Ou lágrima num rosto sem idade
Landa Machado
Lisboa, 22 de Março de 2007
Em “PARA ALÉM DO HORIZONTE…”
Em “PARA ALÉM DO HORIZONTE…”
Poesia é tudo isto. E tem uma particularidade: não convém que seja
muito descritiva. Torna-se mais bonita com o uso de metáforas, isto é,
empregando palavras em sentido figurado, ou substituindo palavras por outras que tenham
uma comparação com elas subentendida.
Ora, a nossa Glória, é ainda uma jovem. E tem – dizia-me ela há
dias – alguma dificuldade no português, por ser natural de cabo Verde e falar
crioulo (Língua de base
lexical portuguesa, falada em Cabo Verde, que engloba diferentes variedades.)
Mas
isso não importa para um poeta, pois há formas de ultrapassar a situação, como
sabemos. O mais difícil, sim, é ter um espírito poético e saber empregar a
linguagem metafórica, oferecendo ao leitor imagens de grande beleza. E esta
parte, a Glória sabe fazê-lo muito bem.
Atente-se
nestes exemplos:
1.
No poema GRITAR
O MEU NOME ela escreve:
“Vesti
das nuvens para te fazer sorrir
Engoli
toda a luz
Para
te fazer brilhar com os meus beijos
Roubei
arco iris para te colorir de alegria
Abandonei
meu sorriso no infinito…
Bebi
toda a água da tua alma
Para
não te cair nenhuma lágrima
2. No poema MÃE cria estas imagens lindíssimas:
Mãe
é uma flor,
Regada
de astros
É
um cobertor
Derramando
luz
3.
No poema CARÍCIA
diz-nos:
Resido
no teu olhar vivo
Onde
apenas sangue se comunica
A
delícia do teu falar calórico
Enche
meu coração de grandeza.
E
mais exemplos poderia dar, apesar de ainda lhe conhecer tão poucos poemas.
Glória,
neste dia tão importante para ti, vim aqui para te parabenizar por este espírito
tão bonito que vislumbrei desde que entraste para o Horizontes da Poesia. E não
fui só eu, já que tens lá muitos comentários de poetas e poetisas que se
deliciaram com a tua forma de escrever.
Parabéns
por este teu filho-livro que, por experiência, sei o quanto nos alegra vê-lo
nascer. Desejo-te os maiores sucessos com ele!
Ninguém
sabe o que a vida nos reserva. Mas peço para ti uma vida plena de amor, saúde,
alegria e imenso sucesso neste mundo onde em boa hora decidiste entrar. Conta
comigo para o que estiver ao meu alcance!
Por
último, parafraseando um verso teu “Só vim aqui para ouvir… e gritar também o
teu nome.”
Felicidades.
Joaquim
Sustelo